Wednesday, February 08, 2006

FELISBELA LOPES: "A INFORMAÇÃO ESTÁ A SERVIÇO DO VOYEURISMO"

Ela é licenciada em ensino de Português-Francês, conhecedora do latim, professora de jornalismo da Universidade do Minho, investigadora da área audiovisual do Projecto Mediascópio - que estuda o jornalismo e as tendências dos media portugueses, autora de dois livros e diversos artigos e crónicas sobre o jornalismo. Foi colaboradora do jornal Público, do departamento de informação da Rádio Universitária do Minho e escreve para o blog Jornalismo e Comunicação. Recentemente concluiu o doutoramento com uma tese que investigou dez anos de televisão em Portugal, onde analisou a TV pública (RTP) e os canais privados do país (SIC E TVI). Felisbela Lopes (foto) é quem estreia o Ponto de Análises Entrevistas. Em tom descontraído, e sempre extremamente simpática, Felisbela falou durante quase uma hora sobre seus estudos, que passam não apenas pela TV em Portugal, mas abrangem o veículo em si e suas relações com a política, economia e sociedade.

(Obs: Manteve-se aqui o vocabulário e a ortografia utilizados em Portugal)

QUAL FOI A SUA METODOLOGIA PARA ANALISAR DEZ ANOS DE TELEVISÃO EM PORTUGAL?

A ideia básica que precedeu ao arranque do trabalho era saber que tipo de espaço público os canais generalistas portugueses construíam através da informação semanal difundida em horário nobre. O meu objecto de estudo foram os programas de informação semanal emitidos pela RTP, SIC E TVI, depois dos noticiários da noite. O período de análise foi 1993 a 2003. Por quê? Porque 93 foi o primeiro ano de coabitação entre o sector público e o privado. Isso fez com que eu pudesse estudar a partir do zero a evolução da programação informativa dos canais generalistas.


NA SUA TESE VOCÊ CITA, POR EXEMPLO, UMBERTO ECO, QUE FAZ UMA CLASSIFICAÇÃO ENTRE A PALEOTELEVISÃO E A NEOTELEVISÃO. ESSA CLASSIFICAÇÃO APLICA-SE A PORTUGAL?

Umberto Eco faz uma divisão com esses termos. Para ele a paleotelevisão corresponde à fase de monopólio em que a televisão seria sobretudo uma janela que mostrava às pessoas a realidade não como era, mas tal qual deveria ser e em que as grelhas (grades de programação) teriam espaços para informação, formação e entretenimento, não havendo qualquer contaminação. A essa fase sucederia uma outra, da neotelevisão que, segundo Umberto Eco, corresponderia à fase da privatização, do aparecimento dos canais privados, que levaria a uma substituição da televisão-janela por uma televisão-espelho, em que as pessoas ao olharem para o ecrã poder-se-iam ver ali reflectidas. Posteriormente, Eliseo Véron (pesquisador argentino) veio acrescentar uma terceira fase, em que os telespectadores seriam parte integrante da produção televisiva, ou seja, haveria uma interactividade entre a televisão e as audiências. Essa terceira fase, segundo Verón, corresponderia ao aparecimento dos reality shows tipo Big Brother. Mas se aplicarmos esse conceito à programação informativa ele não bate certo, porque o surgimento da televisão privada em Portugal não corresponde à neotelevisao que descreve Umberto Eco.


EM OUTROS PAÍSES PODERIA CORRESPONDER?

Não sei porque não estudei a situação em outros países, mas sei que em França Sébastien Rouquette estudou coisas muito parecidas com o que eu analisei em Portugal e não encontrou o retrato de Umberto Eco. Eu acredito que o investigador italiano achou que essa profusão de reality shows - que as TVs privadas puseram no ar no início das suas transmissões e que, de facto, traziam as pessoas para dentro e falava da vida cotidiana - fez com que ele se entusiasmasse muito e visse aí um espelho da vida das pessoas. Mas eu acho que ele esqueceu de ver outra programação, nomeadamente o campo da informação semanal, que não é assim. É evidente que, no campo da informação semanal nós temos algumas evoluções do género. Há os debates por um lado - e eles são mesmo informação - apresentados por jornalistas e que seguem critérios editoriais. Depois há um conjunto de programas que misturam debates com reportagens. O aparecimento das TVs privadas fez expandir um jornalismo que estava estagnado em Portugal, o jornalismo policial. Aliás, nos anos 90, em termos de programação informativa, esses foram os programas que mais tiveram sucesso junto às audiências. Outro filão importante foi o trabalho de grandes reportagens, que também tiveram uma evolução, dos macrotemas para temas do quotidiano. Por exemplo, no início dos anos 90 quando queríamos fazer uma grande reportagem nós íamos para o estrangeiro. Portugal não comportava temas para isso. Mas as coisas foram mudando e, no final dos anos 90, um tema de grande reportagem era, por exemplo, uma aldeia pequena, com poucas pessoas, onde havia uma percentagem grande de homens solteiros.


NA VISÃO JORNALÍSTICA O PAÍS ENTÃO PASSOU A OLHAR-SE MELHOR?

Exacto, passou olhar-se melhor e passou a construir temas do quotidiano nos programas de informação semanal. Mas, paralelamente a isso, há um género de programas que é de contaminação. Programas que não percebemos muito bem se são de entretenimento ou de informação. Numa primeira visão eles parecem de informação, mas olhando com atenção parece que não são. Por exemplo, havia um programa chamado A Cadeira do Poder, que “elegia” semanalmente por meio do “voto” dos telespectadores um primeiro-ministro. E você diz: "então é um concurso!" Mas eu digo: os concorrentes eram pessoas da classe política e um deles foi realmente primeiro-ministro recentemente, que foi o Pedro Santana Lopes. A leitura desse programa foi muito polémica . A Cadeira do Poder tinha um noticiário que era apresentado por uma modelo, mas tinha peças que seguiam, aparentemente, critérios jornalísticos. A primeira peça desse noticiário dava conta de um despiste do secretário de estado da juventude em Lisboa. O carro dele tinha caído ao rio e ele estava acompanhado de uma namorada, apesar de ser casado, portanto seria um caso extraconjugal. Esse secretário de estado exigiu que a SIC o convidasse no dia seguinte para o Jornal da Noite, para ele desmentir a notícia desse concurso. Repare o limite das fronteiras. Depois, em tribunal, ele ganhou um processo e a SIC teve que o indemnizar.
No âmbito do jornalismo policial desenvolveu-se também muito o jornalismo judicial. E depois houve um programa que era feito a base de um polígrafo (detector de mentiras) e convidava pessoas que tinham sido condenadas em tribunal. O primeiro programa foi um dos que obteve maior audiência em Portugal nos 10 anos que eu analisei. O convidado era um padre que tinha sido acusado, num processo de pedofilia, de ter morto um afilhado. Ele foi a esse programa e o polígrafo disse que ele era inocente. As pessoas fizeram sessões públicas para ver o programa, que chegou a ser debatido na Assembleia da República. O apresentador era um jornalista.


POR QUÊ ISSO NÃO OCORRIA ANTES DA TELEVISÃO PRIVADA SURGIR EM PORTUGAL?

Isso corresponde a uma tendência europeia, porque a televisão, em tempos de monopólio, sem concorrência, não era uma televisão espevitada. Era uma televisão de géneros muito rígidos. Por exemplo: nesses dias eu estive a fazer uma entrevista com a jornalista Gisela Machado que escreveu o livro “O Primeiro Dia Europeu de Portugal”. A obra é o tema da tese dela sobre a mediatização que a RTP fez quando Portugal aderiu à Comunidade Económica Europeia. A cerimónia ocorreu no dia 12 de Junho de 1985 e um caso muito engraçado é que a RTP transmitiu 15 horas da assinatura do tratado de adesão. Você pensa assim: "nossa! 15 horas de mediatização significa que nos dias anteriores o noticiário deve ter dado muita ênfase a isto, deve ter tratado isso exaustivamente!" Mas não, não tratou, nem promoveu, pois ela não precisava. Hoje disparava em tudo que é noticiário até para abrir expectativas para cobertura. Mas em 1985 a RTP não se preocupou com essa abertura de expectativas para as audiências.


ISSO ESTÁ LIGADO À DIVULGAÇÃO DA TV. A LÓGICA DA TV PRIVADA MUDOU ESSA VISÃO DA PUBLICIDADE?

Mudou substancialmente o entendimento das audiências. O canal generalista que tinha uma fonte de financiamento da publicidade começou a ter esse entendimento que é: eu preciso ter índices de audiência, portanto eu tenho que seduzir os públicos.


HOUVE ALGUMA INFLUÊNCIA NA LINHA EDITORIAL DOS TELEJORNAIS A PARTIR DO MOMENTO EM QUE AS TELEVISÕES PRIVADAS ENTRARAM EM OPERAÇÃO?

Eu não estudei isso no doutoramento, mas sim na tese de mestrado, e constatei que, logo em 92, na fronteira do aparecimento, houve muita influência. O mais interessante é que a audiência influenciou para desalojar a informação do horário nobre.


O PÚBLICO DEIXOU DE SE INTERESSAR PELA INFORMAÇÃO?

Ou foram os programadores que acharam que o público interessava-se pelo entretenimento? Essa é minha grande questão. Eu acho que as pessoas não desinteressaram-se pela informação, mas acho que os programadores estão tão envolvidos com o entretenimento e com o impacto que ele tem junto às audiências, que deixaram de investir na informação. De 93 a 95 os programas de informação semanal ocupavam partes do horário nobre. Eles iam para o ar por volta das 22h. Entretanto, a SIC tinha a informação diária, a informação semanal e depois tinha como oferta permanente, ao nível de entretenimento, as novelas da Globo. Foi graças às novelas da Globo que a SIC conseguiu conquistar o horário nobre, com uma novela que se chamava Mulheres de Areia. A SIC retirou o contrato de exclusividade que a RTP tinha com a Globo e a RTP teve que trabalhar com outras produtoras. A SIC, quando ganhou as audiências, foi juntando às novelas os sitcoms (comédias de situação). Bom, se eu tenho uma oferta televisiva em que todos os dias eu ofereço novelas da Globo, e se eu descubro outro filão que traz audiências, que são os sitcoms, eles começam a ser programados todos os dias. Jornal da Noite, novelas da Globo e sitcoms significam que a informação semanal, a partir de 97, começa a ter um recuo de uma hora. Passam a começar mais tarde, por volta 23h, 23h30. A RTP acompanha a mudança. Até que, em 2000, a TVI estreia o Big Brother e começa a ter grande popularidade, somando a isso o sucesso da ficção nacional. E o que faz a SIC? Acrescenta a ficção nacional às novelas da Globo e às sitcoms. Qual é o espaço que fica para informação semanal? Nenhum. Até que o ultimo programa que sobrevive começava por volta da 0h30, que era o Hora Extra. E desapareceu! Porque o entretenimento, nomeadamente as novelas - primeiro as brasileiras, depois as portuguesas - desalojaram a informação semanal do horário nobre, com excepção do canal público que continuava a apostar, mas não aposta mais. Agora você pode perguntar: "mas os portugueses não se interessam pela informação semanal?" Eu acho que nós temos que inverter o raciocínio. Os portugueses não se interessam por essa informação semanal que não mudou desde 1993. É a mesma. Enquanto isso, no entretenimento tivemos uma evolução grande, porque houve um investimento permanente. Se você assistir um programa de entretenimento que se fazia há 4 anos acha anacrónico e diz: "meu Deus, como é que eu conseguia assistir a isso?"


ENTÃO OS PROGRAMAS DE INFORMAÇÃO SEMANAL NÃO EVOLUÍRAM?

Não evoluíram. Você vê um debate agora e não lhe choca ao ver, em termos de emissão, o que se fazia há quatro, cinco anos. As evoluções são mínimas. Não sentimos grandes diferenças.


COMO ESSES PROGRAMAS PODERIAM TER EVOLUÍDO?

Cenários, visual, temas, interlocutores. Nós trabalhamos sempre com os mesmos interlocutores, que são sempre da elite. Não faz mal ser a elite, o pior é que a elite é sempre a mesma, não há uma mudança. As pessoas que nós víamos em 2003 eram as que nos víamos em 1993. Não há paciência para ouvir sempre as mesmas pessoas. O discurso já é muito conhecido. Por quê o Big Brother teve popularidade? Porque, por um lado, explorava o filão da vida privada - era como se fosse o buraco da fechadura -, mas há outro filão que é muito interessante no Big Brother, que é a interactividade. Os programadores disseram às pessoas do outro lado do ecrã que elas tinham o poder de decidir o desenvolvimento do programa. Mas na informação não. Você está num sofá, a ver um programa de informação, e o canal não lhe dá qualquer oportunidade, ou dá oportunidades muito reduzidas, de participar, por exemplo, através das sondagens telefónicas.


COMO PODERIA HAVER ESSA PARTICIPAÇÃO?

Por blogs… Há programas no cabo que o apresentador tem um computador portátil à frente a há um endereço na Internet por onde ele recebe perguntas. Isso é uma forma simpática. Mesmo eu não participando, esse eu catódico duplo faz com que a pessoa reconheça que também tem lugar para participar. Não é só a palavra dos senhores que estão no platô que vale.


VOCEÊ TOCOU EM OUTRO PONTO IMPORTANTE QUE É O MUNDO DA INTERNET COMO UM INSTRUMENTO DE INTERACTIVIDADE TAMBÉM COM A TELEVISÃO. O FUTURO DA TV, NO ESPAÇO JORNALÍSTICO, PASSA PELA INTERNET?

Muito! Sem duvidas! Só que os jornalistas ainda não perceberam, por várias razões. Eu acho que há uma aprendizagem que se deve fazer para todos nós tomarmos consciência que há evoluções que precisam ser rapidamente absorvidas. Há uma pergunta básica que eu faço que é: para onde é que foram as pessoas? As pessoas que não vêem informação se calhar também não estão a ver novelas, se calhar estão na Internet. Nós temos gerações que são mais bem informadas, têm uma informação mais elevada. Por quê os canais generalistas têm uma audiência média cada vez mais diminuta? Esse tipo de pergunta que devemos colocar. Também temos que perceber que a Internet é como a lógica do ovo. Não existe mais o trevo que era a imprensa de um lado, a rádio de outro e a televisão do outro. Há um ovo no centro do qual está a Internet. É essa lógica que a informação deveria seguir, mas entretanto, ao nível do audiovisual, o primeiro a apanhar essa lógica foi o entretenimento, através de programas como o Big Brother. Ainda não deram conta do quanto isso poderia ser proveitoso para a própria informação televisiva.


MUITAS PESSOAS QUE ESTÃO SENDO FORMADAS E VÃO ENTRAR NO MERCADO DE TRABALHO JÁ UTILIZAM ESSES INSTRUMENTOS. ELAS PODEM MUDAR ESSE PERFIL QUE IMPERA HOJE?

Eu acho que não vão ser os canais que vão puxar as pessoas para, mas vão ser as pessoas que vão puxar os canais para. É a única forma de nós evoluirmos ao nível de informação televisiva. Isso ainda não existe no mercado. Isso existe nas academias. Nas televisões não existem olhares que atribuem a importância ao digital.


VOCÊ CONCLUI QUE A INFORMAÇÃO SEMANAL FOI PRETERIDA NA GRELHA DE PROGRAMAÇÃO, EM RAZÃO DO ENTRETENIMENTO. A INFORMAÇÃO DIÁRIA TAMBÉM SOFRE COM ISSO? HÁ UM RISCO DOS TELEJORNAIS DIÁRIOS TAMBÉM FICAREM EMPOBRECIDOS?

O risco aparentemente pode ser menor, mas não é menos visível. A informação diária ainda é concebida como a missa das 20h. É sagrada. Nós temos essa informação cada vez mais estendida. No início dos anos 90 os telejornais diários tinham uma duração de meia hora, agora duram de 60 a 80 minutos. E o que colocamos dentro desse tempo? Colocamos informação e depois colocamos peças que são de info-entretenimento. São peças que incidem na vida quotidiana, mas que exploram muito os sentimentos e a vida íntima das pessoas. Aí nós podemos ver que a informação está a serviço do voyeurismo. Não é bem informação, está mais para o lado do entretenimento. Isso acontece por causa dessa tal contaminação


O FILÓSOFO FRANCÊS GILLES LIPOVETSKY FALA JUSTAMENTE NA QUESTÃO DO NARCISIMO. PARA ELE ESTA SERIA A ERA DE NARCISO. ISSO REFLECTE NA TV?

É verdade, mas eu acho que não faz mal que na informação nós exploremos as emoções, porque elas são constitutivas de entendimento, porque nós necessitamos sempre de elos. O que é a palavra conhecer? No latim é cum + aliquo, é estar com alguém, portanto nós só conhecemos se estivermos com alguém. Não há um conhecimento isolado. Como se estabelece um consenso? É uma coisa que está com sensações, ou seja, essa componente sensitiva, de emoções, é uma componente que deve ser intrínseca à informação. E não faz mal ela estar lá. Agora, o que faz mal é nós explorarmos gratuitamente a dor de alguém, vermos na televisão coisas que nos sentimos quase envergonhados. É essa diferença que urge fazer. Mas essa necessidade de nos vermos ao espelho e de encontrar na televisão explicações de índole pessoal não é uma coisa maléfica. É uma coisa que nos ajuda a encontrar códigos para nossa vida, do quotidiano.


PARA ENCERRAR EU GOSTARIA QUE VOCÊ FIZESSE UM APANHADO GERAL SOBRE OS DEZ ANOS DE TELEVISÃO EM PORTUGAL, QUE FORAM ALVO DO SEU ESTUDO.

Eu acho que, em linhas gerais, nós temos uma informação que não está muito ligada às tendências do social. A informação semanal em Portugal evoluiu por ciclos. Houve ciclos de política, de jornalismo policial, dos programas desportivos. Os canais de televisão operam por clonagem dos outros e não por olhar a realidade. Essa tendência é clara. Depois, quem é que os jornalistas valorizam? Eles valorizam sobretudo interlocutores ou actores que fazem parte do poder dominante. Em primeiro lugar o poder politico, e depois há uma valorização de áreas profissionais privilegiadas, ou seja, destacam os académicos, os médicos, os economistas de grandes grupos, e depois um conjunto de interlocutores que tenham um poder simbólico, que tenham a ver com o capital mediático, ou seja, artistas de novelas, apresentadores de televisão, escritores conhecidos. Há uma desvalorização enorme, enorme, enorme, do trabalho manual. Para a televisão não existem agricultores, trabalhadores da indústria, artesãos. Essas pessoas não têm direito à palavra. Também o cidadão comum não tem espaço. Eu não posso falar como cidadã Felisbela, eu só posso falar se for como professora universitária. Eu com meu nome não valho para dizer o que eu acho das políticas do governo, por exemplo. Isso é muito grave, quando as pessoas não têm direito à palavra por elas próprias, por um direito à cidadania. Também não têm opinião e direito à palavra as crianças, os adolescentes, os estudantes. Quando nós falamos de infância, de problemas de educação, nós falamos sempre sobre, mas nunca falamos com. Outra tendência é que se as televisões tiverem que optar por informação ou entretenimento, optam por entretenimento.

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